Antes da tempestade...

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domingo, 20 de novembro de 2011

CUBATÃO DANADO DE BOM 2011 - Entrevista com o Secretário de Cultura, Welington Borges


                    
(Com Jordana Lima Duarte) 


SOBRE A HOMENAGEM A CHICO ANYSIO:
A homenagem foi mais do que justa – afinal ele, além de humorista, é também músico, escritor, ator, diretor de teatro. E sempre valorizou muito a cultura nordestina, além de lançar muita gente no mercado do humor. Infelizmente ele não pôde vir receber a homenagem pessoalmente, por estar hospitalizado. Mas se comprometeu a vir. Segundo seu filho, André Lucas, isso deve ocorrer tão logo sua saúde melhore. Ele disse, quando fomos ao Rio, que essa foi a maior homenagem recebida em sua vida, porque veio de uma cidade inteira.

SOBRE A SEGUNDA EDIÇÃO DO FESTIVAL DANADO DE BOM:
Como diz o jargão: superou as espectativas. Eu, particularmente, gostei muito do que aconteceu no palco “B” ou palco alternativo, onde se expôs muita coisa de raiz, como a Banda de Pífanos de Caruaru, a Orquestra de Frevo do Recife, as meninas do Trio Sinhá Frô, a Afrobanda (de Cubatão), coisa de muita qualidade. Os grandes shows são apenas um chamariz prá trazer as pessoas e a imprensa – mas o bom mesmo é a cultura regional que mostramos aqui. A idéia é aproveitar um evento como esse, em que vêm grandes nomes, prá se trabalhar a cultura original nordestina – que foi o que fizemos.

VOCÊ CRÊ QUE AINDA É PRECISO MELHORAR ALGUMA COISA¿
Ah, sim, muita coisa ainda é preciso melhorar, mas eu não apontaria falhas nesse momento – é preciso nos sentarmos prá analisar. Mas o local, propriamente, precisa de obras de drenagem – esse ano nós resolvemos a questão do piso, mas a chuva ainda é um problema, ainda temos alagamentos. Mas em relação ao ano passado, evoluímos muito. Tivemos cinema, uma cidade cenográfica maior, o espaço dedicado ao homenageado – o acervo do Chico veio quase todo.

VOCÊS JÁ TÊM ALGUMA IDÉIA DE PAUTA PARA A PRÓXIMA EDIÇÃO¿
Nós fizemos uma enquete prá saber quem as pessoas gostariam que nós chamássemos e não houve muita surpresa em relação aos nomes: Ivete Sangalo, Cláudia Leite, Fagner, Lenine. Uma coisa que me interessa muito é ampliar a participação dos grupos de cultura de raiz lá do Nordeste e também de nossa região.

A TV MOSTROU BASTANTE A PARTICIPAÇÃO DAS CRIANÇAS, APRENDENDO LITERATURA DE CORDEL.
Na semana anterior ao evento, o Valdeck de Garanhuns esteve aqui ministrando oficinas, aos professores da Rede Municipal de Ensino – ensinando a entalhar madeira e a imprimir a xilogravura e formou um grupo grande. A idéia é que os professores, já conhecendo a técnica, comecem a produzir isso em sala de aula. Uma boa quantidade de alunos conseguiu aprender e produzir material de cordel – que está, inclusive, exposto na Vila Matuta – e isso vai entrar na grade escolar do próximo ano. Na 3ª edição do Danado de Bom, a escola já estará envolvida no evento e, com o tempo, a cidade inteira deverá estar envolvida. Eu estive em Campina Grande, em junho, para o São João deles. Lá é o mês inteiro de festa, de 1 a 31. A festa existe há 26 anos – e não tem um morador da cidade que não tome parte, estão todos envolvidos. Nós ainda vamos conseguir isso. Mas é preciso ter em mente que não existe turismo numa cidade em que a população não esteja envolvida. Primeiro você trata a cidade e sua auto-estima, depois você pensa em atrair o turismo. Isso que você está vendo aqui não é só show – é um trabalho de resgate cultural.

                                                         


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