Antes da tempestade...

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sexta-feira, 3 de junho de 2011

É CEDO PRA FALARMOS EM CAMPANHAS?




Por Jordana Lima Duarte


Ainda não se completou um ano desde que elegemos a Presidente Dilma Roussef (PT) em campanha apertada em termos de votos e tresloucada no que tange a ética no discurso, na defesa de ideologias (se alguém falar em “direita” ou “esquerda” mando marchar) e pautas que sequer deviam ter sido discutidas naquele momento enfim: “nunca antes, na história desse país”, uma campanha presidencial nos embasbacou e constrangeu tanto com a falta quase completa de sentido nas atitudes dos candidatos, de suas assessorias, dos próprios partidos e de onde mais tenha vindo aquela saraivada de posicionamentos – ou falta deles – sem pé nem cabeça.
Fim de campanha e temos novamente o Partido dos Trabalhadores no comando (?) do país tendo (oh, que surpresa) o PMDB no papel de eminência parda – não muito parda, é verdade. Para sermos justos, a dupla estaria mais para Arthur e seu mago Merlin ou o Czar e seu Rasputin – ou ainda Batman e Robin (quem é o Robin, com aqueles “santo isso e aquilo”, fazendo pose de valente, com um pretenso ar inteligente? Sim, quem é o Robin, agora?). A fórmula, misteriosamente, deu certo até aqui.
Se não me falha a memória – posto que memória de brasileiro é engrenagem conhecida por economizar na lubrificação – o Partido dos Trabalhadores foi condenado algumas vezes por fazer “campanha antes da campanha” no último embate, no que foi gentilmente auxiliado por uma oposição descentralizada, desfocada e, até dado momento, excessivamente educada. Digo até dado momento porque sim, se decidiu fazer a oposição – já praticamente no fim do pleito e embarcando em histórica disputa surrealista cujo resultado deixou 46,7 % do eleitorado estático diante do que até hoje não pode decifrar.
Nesse momento – pouco mais de um ano antes das eleições para Prefeito e Vereadores – ventilar nomes de pré-candidatos e possíveis alianças é lugar-comum. Cubatão não foge à regra. Temos a situação se posicionando pra dar o tiro que iniciará a “corrida à conclusão de obras” em tempo recorde para reeleger a Prefeita. A oposição... bem, a oposição – praticamente toda ela – esteve reunida na última segunda-feira 30 em encontro promovido pelo PSDB, na Rua São Paulo. O que tem isso a ver com a última campanha à presidência da República? Vejamos: tratava-se, a princípio, de reunião interna do PSDB que, em algum momento, resolveu convidar a todos que se considerassem “oposição” a participar e interagir. Tivemos, portanto, as presenças de Geraldo Guedes, Doda, Dedinho, Mychajlo, Julio Passarelli, Ivaniel e outros, incluindo alguns membros do PT – interagindo com Arlindo Fagundes, Ademário, Antônio Cantalice e demais tucanos conhecidos da cidade. Foi estabelecido o tempo de três minutos para que cada um dissesse a que veio – o que, é claro, ultrapassou em muito os três minutos – e depois passou-se à interação propriamente dita.
Geraldo Guedes afirmou ser pré-candidato já definido pelo PR à Prefeitura de Cubatão. Fez propaganda do PR-Mulher e demais departamentos de seu Partido, dando a entender que ali a mobilização está já se organizando e que “sigam-no os bons”, se assim o quiserem. Mychajlo se declarou sem partido – como outros presentes – mas já articulado com um que não seria o PSDB (ventila-se PPS). Arlindo Fagundes, até onde se sabe, é pré-candidato à Prefeitura pelo PSDB, para o qual migrou recentemente. Ponto. Os outros fizeram discursos voltados à intenção de uma oposição coesa, o que irritou um dos presentes, que exigia a apresentação dos candidatos a Vereadores – no que os demais discordaram. A polémica estaria instalada não fosse a chegada de Raul Christiano, que trouxe o foco para este jornal explicando não ser o mesmo de oposição – mas de POSIÇÃO, colocando-o como VOZ  do povo e deixando claro que o espaço é democrático e aberto a todos que quiserem se expressar e opinar. Uma professora se levantou para pedir apoio ao movimento de sua classe por melhores salários e condições de trabalho. A hora ia adiantada e nem todos puderam falar – ainda bem, porque a casa estava lotada e teríamos saído de lá pela manhã. Saldo: tem-se, até então, dois pré candidatos a Prefeito. Definiu-se estratégia de ações até que comecem, de fato, as campanhas? O grupo ali reunido – tão plural – acertou alianças?
A princípio é animador vê-los juntos no mesmo propósito – mas se não sair logo dali alguma e não qualquer aliança, corre a oposição o risco de tocar o pagode de sempre: largar atrasada, sem centro, sem estratégia, sem foco e, principalmente, sem credibilidade em seu papel.
Lembretes primários: vários candidatos na mesma oposição apenas dividem votos e não ganham uma eleição; enquanto os egos discutem, o relógio trabalha; mocinhos e bandidos “são coisa de novela” – maniqueísmo imbeciliza a campanha e o eleitor quer planos de governo. E atitude. Agora.

                                                              

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