Antes da tempestade...

Antes da tempestade...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

COLUNA SOCIAL 6.1.2012


"POEMA DA NOITE 


 Tudo dorme, tudo quedo,
tudo quieto e com medo.
Só eu incomodo o mito
com o silêncio do meu grito.


Só eu me encontro no mundo,
tudo morto, tudo fundo.
Tudo acabado, desserto,
deserto feito a rima do meu verso.
Só eu me encontro e não vejo
onde me possa encontrar.
Só eu me encontro e me evito,
só eu o silêncio do mundo habito.


Só eu nesta sala escura
me encontro só, me procuro.
Só eu o mistério fala
no enigma desse fado
..."

(Leonardo Só)


O ano novo começou debaixo de muita água - mas ninguém pareceu se importar. Ouso até dizer que Cubatão começou o novo ano de banho tomado - cidade lavada, almas lavadas. E com toda aquela música e roupas brancas, todos os clichês são bem-vindos - aliás, nada mais clichê que reveillon. Adoramos isso - os fogos, as praias, a contagem regressiva, as choradeiras, o champagne, o louro enfim: o sujeito-humano precisa celebrar e abraçar. Que bom que existem calendários marcando datas que servem de desculpas perfeitas para o abraço. Em tempo: a chuva e toda a fumaça durante a queima de fogos os transformou em constelações e nebulosas - é de se pensar a razão de ficarmos naquele estado de quase beatificação diante das tais "estrelas artificiais". 20 minutos de corações cheios de esperança    e olhos vidrados. Todos queremos e merecemos um grande ano...























                                                      








                                           

                                                                      NEBULOSAS...