Antes da tempestade...

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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

TEATRO DO KAOS PREPARA O FESTKAOS E CELEBRA OS RESULTADOS DO PROJETO SUPERAÇÃO

(por Jordana Lima Duarte)



Recebemos, em nossa redação, na última terça feira 21, o teatrólogo Lourimar Vieira e as alunas do Projeto Superação – Sandy Andrade e Tamirys Ohanna – que fizeram uma avaliação do último ano, em termos de realizações e da influência do teatro em suas vidas.

POVO: Como surgiu o Projeto Superação na vida de vocês?
SANDY: A gente já estava no Kaos e já trabalhávamos em “Caminhos da Independência”, já estávamos por lá. Então Lourimar falou desse projeto e que ele tinha sido aprovado pela Petrobrás. Fizemos os testes, passamos e entramos para o projeto – já estávamos no Kaos e continuamos. 
              
POVO: Vocês cursavam, então, o Ensino Médio?
SANDY: No meu caso, não – quando o projeto começou, eu já estava formada.
TAMIRYS: Eu me formei agora. Quando o projeto começou, eu estava no último ano da Etec, cursando Meio Ambiente. Era período integral e, de lá, eu ia direto para o projeto, onde tínhamos aulas todos os dias, era corridíssimo. Mas consegui concluir o curso.
SANDY: Agora estamos de férias, só voltamos em Janeiro, já com os ensaios prá duas peças que vamos encenar – “A Falecida” de Nelson Rodrigues e “O Auto da Camisinha”, um teatro de rua.

Tamirys Ohanna foi aprovada no Curso de Arte Dramática da USP – Sandy chegou até a terceira fase e tentará novamente em 2012. Há uma preocupação de Lourimar Vieira com o desempenho escolar dos alunos, em sua maioria adolescentes – o que obriga todos a uma disciplina diária severa. O resultado disso é que o teatro acaba influindo de maneira mais que benéfica, potencializando o sucesso individual em outras áreas, como o estudo.

POVO: O que foi determinante prá que vocês “dessem conta” de uma carga tão pesada?
SANDY: Sem dúvida a família, que esteve sempre junto, me apoiando e valorizando a cada passo.
TAMIRYS: Meu pai sempre me cobrou “foco” , por eu ser muito dispersa – então tudo que eu começava, tinha que terminar, mesmo que não quisesse mais. Quando o tempo passou e se definiu que o que eu quero é o teatro, meu pai e minha mãe me apoiaram totalmente.
SANDY: Duas coisas que se aprendem no teatro, além do óbvio – que é atuar – são responsabilidade e disciplina, que você carrega prá todas as áreas da sua vida.
LOURIMAR:Estamos desde janeiro sem conseguir parar, com atividades o ano inteiro. Tiramos férias agora, mas logo no princípio do ano estaremos de volta, ensaiando “A Falecida” com o Nelson Baskerville. Começa, então, a segunda fase do projeto – que é montar duas peças e viajar por 30 cidades em 5 estados brasileiros. Além disso, a partir de agora, os alunos começam a multiplicar, nas salas de aula, tudo o que aprenderam esse ano, ministrando oficinas de iniciação teatral. Nós vamos atender mais de 400 crianças e adolescentes da rede municipal de ensino – sem custo nenhum para o município, tudo pago com recursos da Petrobrás. E cada aluno ainda ganha uma bolsa-auxílio no valor de 300 reais. Vale lembrar que esse projeto foi viabilizado com recursos do Programa Petrobrás Desenvolvimento e Cidadania.
POVO: No quê, necessariamente, você estava pensando, quando idealizou o Projeto Superação?
LOURIMAR: Sou professor de artes cênicas e dou aulas desde 1986. Eu quis tanto fazer teatro e as pessoas não me ajudaram, foi muito difícil engressar nesse mundo. Então no que as pessoas não foram generosas comigo eu procuro recompensar a criança, o adolescente, o jovem, o adulto que queiram fazer teatro. A quem me procura dizendo que quer fazer teatro eu respondo que só existe um segredo, que é me encher o saco, ficar no meu pé, – que eu já coloco logo num curso, numa peça. Porque na minha vida inteira eu me dediquei à formação de atores. E agradeço muito a Deus por ter colocado o teatro na minha vida – ele me transformou, me deu dignidade; não é fama, é realização, tudo o que eu tenho, devo ao teatro.

POVO: Você veio lá do Piauí e viajou por grande parte do país – por quê realizar esses projetos em Cubatão?
LOURIMAR: O Schmidt deixou a missão, para algumas pessoas – a de transformar Cubatão em Zanzalá. Nós, que amamos essa cidade, temos a obrigação de transformar o sonho dele em realidade. E o que é o sonho dele¿ O de, em 2029, Cubatão ser o maior pólo cultural da região metropolitana. Onde está a melhor Banda Sinfônica¿ Em Cubatão. No teatro do Kaos, temos os melhores professores, alguns doutores da USP como a Orleidy Faya, doutora em dramaturgia, o Nelson Baskerville, que ganhou o prêmio APCA e 5 indicações ao Prêmio Shell, o Tanah Corrêa, Carlos Meceni. Meu objetivo é formar um grupo de atores bons prá trabalhar comigo e levantar o Kaos – Tamirys é uma atriz maravilhosa, a Sandy, o Sander, o Paulinho e vários outros do mesmo nível, temos já uma seleção de bons atores.

Lourimar quer produzir um filme sobre Cubatão, já orçado em R$432.000,00 e, para tanto, conclama a todos os que amam a cidade.
LOURIMAR: Se cada empresa do pólo industrial entrar com 30 ou 50 mil, será bom para o Teatro do Kaos, para Cubatão e para as empresas. Quero mostrar as cachoeiras, as histórias do Afonso Schmidt, os monumentos históricos – as pessoas no Brasil só conhecem, de Cubatão, que ela foi poluída nos anos 80, há muito preconceito e piadas. Então esse filme chega para mostrar uma imagem positiva da cidade – da cultura, das imagens, da obra do Schmidt. A poluição, por exemplo, foi controlada em 92% e existe em toda parte do país – São Paulo é muito mais poluída. Estou num longa-metragem do Frank Aguiar – faço uma participação. Gostei e quero fazer isso em Cubatão. Por isso esse apelo às pessoas que amam a cidade – não vou ganhar nem um centavo, se tiver que pagar prá fazer o filme, eu pago, mas quero fazer.

SOBRE O FESTKAOS:
LOURIMAR: Um dia eu estava no Kaos, me entra Telma de Souza, fiquei tão assustado e feliz ao mesmo tempo. Depois ela foi prestigiar “Caminhos da Independência”, nos visitou nos camarins. Mais tarde recebo um telefonema de um assessor dela: “Lourimar, temos uma emenda parlamentar da Telma de Souza para que você desenvolva um projeto cultural”. Eu não pedi, ela ofereceu. E já estava montando duas peças, então pensei num festival de teatro. Como há um vácuo temporal entre a realização do Festac e a liberação do dinheiro da emenda (a princípio queríamos um festival emendado ao Festac), então pensei no Festkaos. E já temos 53 inscritos de 7 estados brasileiros – 28 cidades. Serão 10 dias de festival – dos dias 20 a 29 de janeiro. Serão 8 selecionados para a mostra competitiva. Os grupos selecionados já ganham, de cara, 2000 reais – depois haverá as premiações para os três primeiros colocados. Os jurados são o Plínio Soares – que é um ator de Cubatão, formado pela Escola de Arte Dramática e está na Malhação, da Rede Globo. Teremos também a Renata Sofredini, filha do Carlos Alberto Sofredini – e o terceiro jurado é o Moisés Miaskóvski. Já a comissão de seleção pediu anonimato. Premiaremos, além de melhor espetáculo (primeiro, segundo e terceiro lugares), melhor ator, melhor ator coadjuvante, melhor atriz, atriz coadjuvante – a quem quiser saber mais, é só acessar o site WWW.teatrodokaos.org e clicar em festkaos. Fica aqui meu agradecimento à Secretaria de Estado da Cultura, pro governo do Estado de São Paulo e para a Deputada Telma de Souza – e à parceria da Secretaria de Cultura de Cubatão, uma coisa que tem dado muito certo. Teatro é celebração – e festival é comunhão e celebração.

                                                        
                                                                   Tamirys Ohanna


                                                    
                                                                    Sandy Andrade

sexta-feira, 1 de julho de 2011

CARLOS MECENI TRAZ "TERRA NOS OLHOS" AO TEATRO DO KAOS

Por Jordana Lima Duarte



                          

O flyer diz “Madrugada... Velório... Dois homens... Um corpo... Duas mulheres... Revelações surpreendentes... Pânico!”
O Teatro do Kaos traz, neste sábado, às 20 horas, a peça “Terra Nos Olhos”, de Carlos Meceni e Murilo D. Cesar. Tendo no elenco Nina Mancin, Josué Torres, Fernanda Moura, Leandro Demarchi e o próprio Carlos Meceni, o grupo traz ainda o ator cubatense Lourimar Vieira num personagem mais que inesperado: um empresário da área de planos de saúde que comparece a um velório inusitado – o seu.
O enredo parte do espírito do morto assistindo seu corpo ser velado por não mais que dois funcionários seus, que planejam como roubar sua fortuna de modo criativo e mórbido, quando um deles percebe sua presença e a de sua esposa, por ele assassinada – que o tortura com revelações tardias.
A platéia oscila entre o riso, a surpresa e, eventualmente, o nojo. Interessante notar como a morte nos expõe ao desprezo e ao ridículo – quando não nos revela absolutamente desnecessários. Quantos realmente choram num velório? Aqui ninguém chora e a platéia morre de rir.
Carlos Meceni e Murilo Cesar foram criativos e ousados na composição de cada personagem. A miséria humana é exibida numa linha fina que vai da sutileza ao escracho, colocando diante do espectador o que realmente importa e o que restará de nós. A maioria ri – e depois se cala, pensando.
Vi a peça duas vezes, no Teatro Ruth Escobar, convidada por Lourimar Vieira e Carlos Meceni – dois sujeitos únicos: um é pura emoção. O outro, de expressão sisuda e humor sutil, sabe valorizar os que estão com ele e tira o melhor de cada um.
Recomendo a peça e, se possível, um cafezinho com os atores ao final – rir, refletir e papear com pessoas interessantes e inteligentes nunca é demais.





quinta-feira, 30 de junho de 2011

COLUNA SOCIAL - 01.07.2011

"Se você não sabe para qual porto está navegando, nenhum vento é favorável." (Sêneca)

Os últimos dias foram mais que agitados em Cubatão - tivemos a etapa municipal do Mapa Cultural Paulista, com exibições de talentos em diversas áreas como dança, cinema, teatro e artes visuais. A Cia de Dança, atores do Teatro do Kaos, artistas consagrados e outros que se revelam na cidade nos deliciaram com seu talento e criatividade. A rodada se completou com dias de poesia na Biblioteca Municipal. Para quem gosta de agito popular, a balada da Rua XIII, mesmo nas noites geladas, continua fervendo - e o Kartódromo Municipal lotou com o Arraial Pé da Serra, onde se pôde escolher entre assistir aos shows de cantores conhecidos do povo ou comer iguarias nordestinas nos barracões. Prá onde ir nos fins de semana desse inverno? Adivinhem...

 
CIRCUITO:

** A 14ª Conferência Municipal de Saúde tem início em 1º de Julho, no Bloco Cultural, a partir de 18 horas  com palestra sobre Controle Social no SUS, grupos temáticos, entrega de propostas e programação cultural. As atividades se estendem também ao sábado, a partir das 8 da manhã.

**E o CAMP de Cubatão, através de sua diretoria, formandos do Programa "Aprendiz de Olho no Futuro" e familiares convida a todos para a solenidade de Formatura da 80ª Turma de Aprendizes desta entidade. Dia 2, às 9 horas, na sede, à rua José Vicente, 440 - Sítio do Cafezal.

** O Teatro do Kaos apresenta, neste sábado, às 20 horas, a peça "Terra nos Olhos", de Carlos Meceni e Murilo Cesar. Lourimar Vieira no elenco e entrada franca - não vale perder.

** Continua o Festival de Inverno "Arraial Pé da Serra", no Kartódromo Municipal, de sexta a domingo, até o final de Julho. Artistas consagrados, muita comida e diversão.